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Às vezes é difícil sair da cama pela manhã.
Me sinto preso em uma rotina que não tem fim e que não parece estar me levando a lugar nenhum.
Eu gosto do meu trabalho, mas já não me sinto mais tão motivado como eu me sentia.
Tenho que honrar compromissos que eu nem me lembro de ter assumido.
Sinto que as pessoas esperam algo de mim que eu não sei mais se eu quero oferecer.
As contas estão sempre chegando, e os preços estão sempre subindo.
Cansei de correr e de me esforçar e continuar sentindo que não estou saindo do lugar.
Eu olho para as pessoas mais velhas, que já passaram por essa fase e que estão aposentadas depois de uma vida inteira de muito trabalho e esforço e penso:
-Valeu a pena?
Encarar o final dessa corrida deve ser o que me faz perder a vontade de continuar.
Eu não quero chegar no final da minha vida apenas para olhar para trás e dizer que paguei muitas contas ou que comprei uma casa, alguns carros e centenas de coisas, muitas das quais eu nem precisava.
Então porque eu quero viver?
O que me faria acordar animado todas as manhã, feliz e com energia para encarar o dia?
Eu li em algum lugar que a felicidade é uma jornada, não um destino.
E quando penso nos momentos nos quais me senti feliz, eu percebo que isso é verdade.
Eu tive meus momentos de grande euforia.
O nascimento dos meus filhos.
Algumas promoções no trabalho.
E muitos momentos de felicidade.
Uma tarde conversando sobre qualquer coisa com a minha família.
Uma noite passando o tempo, jogando e brincando com as pessoas que eu amo.
Me sentir apaixonado…
Esses são os momentos mais marcantes.
Os que vão ficar na minha memória para sempre.
Mas eles são tão raros…
Eu não posso depender apenas desses raros momentos para me sentir feliz.
Então eu percebi que até as coisas mais simples podem me trazer felicidade.
Sentir o cheiro do café pela manhã.
Passar alguns minutos olhando pro céu sem pensar em nada.
Apreciar a beleza das pequenas coisas escondidas nos lugares mais improváveis.
Ouvir uma música antiga que me trás uma memória gostosa.
Saborear uma refeição.
Essas pequenas coisas me fazem me sentir vivo.
Quando eu percebo a sorte que eu tenho por estar vivo, podendo apreciar a beleza dos momentos eu sinto que a vida vale a pena.
Então, não é sobre “aonde eu vou chegar”, mas sim sobre “aonde eu estou”.
Eu não sei quanto tempo mais essa jornada vai durar.
Mas eu sei que quero aproveitar ao máximo o tempo que eu tenho.
E eu quero poder olhar para trás no final e dizer:
-Eu tive uma vida feliz!
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