segunda-feira, 8 de junho de 2020

Uma semana inteira com eles

Na semana passada consegui convencer meus dois filhos a virem passar a semana inteira comigo em casa. Foi a primeira vez que ficamos tanto tempo só nós 3.
Eles ainda estão se acostumando com a companhia um do outro, mas ao longo da semana eu pude sentir a amizade deles se fortalecendo e em vários momentos, eles brincando e se divertindo sem brigar.
Jogamos Warcraft III em rede várias vezes, e pela primeira vez meu filho me venceu. E venceu várias vezes. Ele chegou no meu nível, e das vezes que eu ganhei dele, foi com muito sacrifício.
O Vitinho teve alguns momentos de tristeza com saudades da mamãe, o que é perfeitamente normal. E o Vini queria voltar pra Guarulhos mais cedo, mas eu sei que ele estava adorando estar aqui com a gente.

Cada dia fazíamos votação pra decidir o cardápio do almoço e do jantar. Teve pizza, feijoada, japonesa, mas a maioria das vezes eu cozinhava ou pegava marmita no restaurante da esquina.

O Vini trouxe o porquinho da Índia da minha irmã, e foi a maior bagunça e sujeira, que eu levei horas pra limpar depois que eles foram embora.

Estamos assistindo Modern Family, mas cada um está em um episódio diferente, então o tempo todo estava passando isso na tv.

Foi uma semana maravilhosa. Eles fizeram briga de travesseiros, conversaram sobre jogos, brigaram, jogaram juntos, riram juntos. Estar com eles é a única forma de eu me sentir plenamente feliz.

O Vini já está quase da minha altura, e o Vitinho não é mais um bebê. O tempo está passando depressa demais e daqui a pouco eles vão ser adultos.
Não é justo, passou muito depressa. Parece que foi semana passada que o Vini estava aprendendo a andar, e daqui a pouco eles vão estar indo embora de casa para ter as suas próprias vidas. É uma mistura estranha de sentimentos. Eu amo ver eles crescendo e se desenvolvendo, mas ao mesmo tempo eu sinto tanta saudades de quando eu pegava eles no colo.

[Chorei]

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Qual é o proximo passo?

Quem conhece a minha história sabe que nada na minha vida nunca aconteceu de forma simples num sentido tradicional.
Mesmo tendo aprendido a programar aos 15 anos, sozinho em casa, isso só se tornou uma profissão de verdade pra mim mais de 10 anos mais tarde.

Quando me dei conta da minha profissão, eu já estava muito atrasado em relação ao mercado e aos outros profissionais da área, por isso comecei a correr em ritmo acelerado, parando de tempos em tempos para reavaliar a minha carreira e definir novas metas.

O objetivo era chegar aqui, aonde eu estou, mas eu fiquei tão acostumado com essa corrida desesperada para tirar o atraso, que agora eu não consigo ficar parado, tranquilo e satisfeito com minhas conquistas e com a posiçao que eu alcancei.

Acontece que estou novamente em um período de auto-avaliação, e agora eu preciso decidir para onde eu quero ir daqui. Ficar parado não é uma opção válida para mim, não agora pelo menos quando ainda existem tantos desafios por aí.

Quando imagino meu futuro agora, eu me vejo trabalhando com Inteligência Artificial de ponta. Na verdade, quero poder ajudar no desenvolvimento de tecnologia nova nessa área. Mas, não sei se já é momento de pender para esse lado, ou se ainda devo escalar mais alguns degraus como Desenvolvedor Especialista.

Eu posso me tornar um Arquiteto de Sistemas. Vou ter um aumento de salário relevante, e vou poder continuar me especializando apenas na parte técnica dessa área. Vou ter mais tempo analisando e desenhando sistemas do que escrevendo código. Isso é bom.

Mas eu posso já começar a caminhar para a Inteligência Artificial me tornando um Cientista de Dados, que não é exatamente a área da Inteligência Artificial que eu almejo, mas já é um passo nessa direção.

Porém, hoje, meu objetivo mesmo é conseguir um emprego em uma empresa estrangeira, para que eu possa continuar trabalhando de casa, me especializando em uma dessas áreas e recebendo em dólares.
Isso resolveria minha necessidade por mais grana e ainda me ajudaria com muitas coisas, como com a prática no inglês por exemplo.

sábado, 14 de março de 2020

A Separação

E no ano passado, com a minha depressão, eu passei a rever muitas coisas na minha vida.
Eu me dei conta de que meu filho não estava feliz, e estava se tornando depressivo também, e isso agravou o meu estado. Eu percebi que ele não me considerava mais um amigo. Na cabeça dele, eu sempre dei prioridade para a gata e o pequeno, o que não é verdade para mim.
Meu relacionamento não estava fazendo bem para a vida dele, então, comecei a conversar sobre isso com ela.

Meses conversando, e nada mudou. Tentei muitas coisas, mas nada funcionou. Então, pouco depois do meio do ano, tomei a decisão de me separar.

Como nos mudamos aqui para Moema para estar perto do meu trabalho, e ela não tem amigos e nem vínculos aqui, decidimos que o melhor seria ela se mudar de volta para Guarulhos com nosso pequeno.
Me distanciar dele foi a decisão mais difícil de toda a minha vida.

A decisão de esperar o fim do ano, foi pela escola do pequeno e pelas festas de fim de ano. Já que não brigamos e continuamos nos amando e respeitando, não haviam motivos para estragar esses momentos em família.

Com o fim do ano, ela arrumou a casa da família que estava desocupada, e se mudou em janeiro.

Na prática, pouca coisa mudou. Continuamos amigos e parceiros e quase tudo. Ainda nos encontramos, e continuamos nos ajudando mutuamente em todos os sentidos, financeiro, decisões, saúde.

Eu fico com meu pequeno praticamente todos os finais de semana, e nós nos falamos todos os dias pela internet.

O grandão está melhorando aos poucos, e eu também. Apesar da dor de estar mais distante do meu pequeno, eu não tenho dúvidas de que tomei a decisão mais acertada para as nossas vidas.

quarta-feira, 11 de março de 2020

O Patinete

Ainda estamos em março e esse ano já me fez fazer tantas escolhas difíceis, que se eu perder o controle da situação um pouquinho que seja, vou me sentir muito inseguro em relação a tudo o que eu construí nos últimos anos.

Em janeiro a gata se mudou de volta para Guarulhos com meu pequeno. Eu não tive escolha, eram eles ou o meu filho mais velho, e eu jamais poderia ficar longe dele.
Amo demais a gatinha e sinto uma falta absurda do meu pequeno, mas eu acredito que temos que passar por isso agora para que as coisas voltem a fazer sentido lá na frente.
Depois falo mais sobre a separação.

Junto com essa mudança drástica, eu, que já estava me sentindo incomodado há algum tempo com a estagnação na minha carreira, apesar dos avanços gigantes nos estudos e conhecimentos, recebi uma proposta interessante para mudar de emprego.
Foi muito difícil pedir demissão e ter que abrir mão de morar do lado do escritório, perder o privilégio de poder almoçar em casa todos os dias. Mas eu fiz isso!
Pensei muito no assunto, e cheguei à conclusão de que se eu comprasse um patinete elétrico, levaria apenas 20 minutos para chegar no trabalho, e depois de volta para casa todos os dias, sem nenhuma gota de suor, e sem me cansar. Seria perfeito!
Pedi demissão no início de fevereiro, e trabalhei até a última sexta-feira. Já na segunda-feira comecei a trabalhar no PagSeguro, em Pinheiro, na Faria Lima.

Adorei o clima da empresa, o ambiente de trabalho, o projeto, as pessoas. Tudo maravilhoso, exceto por um detalhe: Não me deixam entrar na empresa com meu patinete.
Uma coisa tão boba, um detalhe tão ridículo, e que acabou com a minha felicidade em ir trabalhar.
Sem o patinete, eu levo 50 minutos andando, e chego a suar. De ônibus eu levo uma hora, e tenho que me esfregar em pessoas e passar as mãos nas barras imundas dos ônibus. Um pesadelo.
Em alguns momentos tive que me segurar para não pegar minhas coisas e pedir demissão da empresa.

Na última sessão de terapia (ainda vou falar sobre isso também), minha psicóloga me disse uma coisa muito interessante sobre essa situação:

-As pedras grandes que encontramos no caminho, nós desviamos, mas as pequenas, elas entram no sapato e nos incomodam e machucam tanto que se não tomarmos cuidado, elas destroem o nosso passeio.

É exatamente isso. O patinete parece uma coisa pequena, boba, mas é uma pedra no meu sapato que me incomoda tanto que eu não consigo prestar atenção nas coisas boas desse passeio.
Minha ideia agora é vender o patinete e comprar um Monowheel Scooter, pois assim posso carregar ele na mochila e não vão me impedir de ir trabalhar com ele.

Uma reflexão sobre relacionamentos

Os tempos mudam e as coisas estão sempre evoluindo. Quando a monogamia foi estabelecida como modelo padrão de relacionamentos no mundo ocide...