sábado, 14 de março de 2020

A Separação

E no ano passado, com a minha depressão, eu passei a rever muitas coisas na minha vida.
Eu me dei conta de que meu filho não estava feliz, e estava se tornando depressivo também, e isso agravou o meu estado. Eu percebi que ele não me considerava mais um amigo. Na cabeça dele, eu sempre dei prioridade para a gata e o pequeno, o que não é verdade para mim.
Meu relacionamento não estava fazendo bem para a vida dele, então, comecei a conversar sobre isso com ela.

Meses conversando, e nada mudou. Tentei muitas coisas, mas nada funcionou. Então, pouco depois do meio do ano, tomei a decisão de me separar.

Como nos mudamos aqui para Moema para estar perto do meu trabalho, e ela não tem amigos e nem vínculos aqui, decidimos que o melhor seria ela se mudar de volta para Guarulhos com nosso pequeno.
Me distanciar dele foi a decisão mais difícil de toda a minha vida.

A decisão de esperar o fim do ano, foi pela escola do pequeno e pelas festas de fim de ano. Já que não brigamos e continuamos nos amando e respeitando, não haviam motivos para estragar esses momentos em família.

Com o fim do ano, ela arrumou a casa da família que estava desocupada, e se mudou em janeiro.

Na prática, pouca coisa mudou. Continuamos amigos e parceiros e quase tudo. Ainda nos encontramos, e continuamos nos ajudando mutuamente em todos os sentidos, financeiro, decisões, saúde.

Eu fico com meu pequeno praticamente todos os finais de semana, e nós nos falamos todos os dias pela internet.

O grandão está melhorando aos poucos, e eu também. Apesar da dor de estar mais distante do meu pequeno, eu não tenho dúvidas de que tomei a decisão mais acertada para as nossas vidas.

quarta-feira, 11 de março de 2020

O Patinete

Ainda estamos em março e esse ano já me fez fazer tantas escolhas difíceis, que se eu perder o controle da situação um pouquinho que seja, vou me sentir muito inseguro em relação a tudo o que eu construí nos últimos anos.

Em janeiro a gata se mudou de volta para Guarulhos com meu pequeno. Eu não tive escolha, eram eles ou o meu filho mais velho, e eu jamais poderia ficar longe dele.
Amo demais a gatinha e sinto uma falta absurda do meu pequeno, mas eu acredito que temos que passar por isso agora para que as coisas voltem a fazer sentido lá na frente.
Depois falo mais sobre a separação.

Junto com essa mudança drástica, eu, que já estava me sentindo incomodado há algum tempo com a estagnação na minha carreira, apesar dos avanços gigantes nos estudos e conhecimentos, recebi uma proposta interessante para mudar de emprego.
Foi muito difícil pedir demissão e ter que abrir mão de morar do lado do escritório, perder o privilégio de poder almoçar em casa todos os dias. Mas eu fiz isso!
Pensei muito no assunto, e cheguei à conclusão de que se eu comprasse um patinete elétrico, levaria apenas 20 minutos para chegar no trabalho, e depois de volta para casa todos os dias, sem nenhuma gota de suor, e sem me cansar. Seria perfeito!
Pedi demissão no início de fevereiro, e trabalhei até a última sexta-feira. Já na segunda-feira comecei a trabalhar no PagSeguro, em Pinheiro, na Faria Lima.

Adorei o clima da empresa, o ambiente de trabalho, o projeto, as pessoas. Tudo maravilhoso, exceto por um detalhe: Não me deixam entrar na empresa com meu patinete.
Uma coisa tão boba, um detalhe tão ridículo, e que acabou com a minha felicidade em ir trabalhar.
Sem o patinete, eu levo 50 minutos andando, e chego a suar. De ônibus eu levo uma hora, e tenho que me esfregar em pessoas e passar as mãos nas barras imundas dos ônibus. Um pesadelo.
Em alguns momentos tive que me segurar para não pegar minhas coisas e pedir demissão da empresa.

Na última sessão de terapia (ainda vou falar sobre isso também), minha psicóloga me disse uma coisa muito interessante sobre essa situação:

-As pedras grandes que encontramos no caminho, nós desviamos, mas as pequenas, elas entram no sapato e nos incomodam e machucam tanto que se não tomarmos cuidado, elas destroem o nosso passeio.

É exatamente isso. O patinete parece uma coisa pequena, boba, mas é uma pedra no meu sapato que me incomoda tanto que eu não consigo prestar atenção nas coisas boas desse passeio.
Minha ideia agora é vender o patinete e comprar um Monowheel Scooter, pois assim posso carregar ele na mochila e não vão me impedir de ir trabalhar com ele.

Uma reflexão sobre relacionamentos

Os tempos mudam e as coisas estão sempre evoluindo. Quando a monogamia foi estabelecida como modelo padrão de relacionamentos no mundo ocide...