domingo, 9 de outubro de 2022

Cubo de Rubrik

 


Já fazia um tempo que eu tinha pensado em escrever aqui sobre isso. Mas acontece que o tempo foi passando, e o assunto deixou de ser tão relevante. Faz muito tempo que eu não escrevo aqui. Tenho escrito em um caderno que eu chamo de Caderno de Emoções, mas são coisas muito íntimas que eu não poderia expor. Muita coisa aconteceu, coisas realmente importantes, mas ainda assim eu prefiro voltar escrevendo sobre isso, pois é uma parte importante sobre quem eu sou.

Sempre tive a ideia na minha cabeça de que montar um Cubo de Rubrik, ou Cubo Mágico, era um desafio intelectual muito grande, e realmente é! Mas, a pessoa que eu costumava ser, acreditava que para ser realmente inteligente eu deveria ser capaz de fazer algo assim sozinho, sem estudar e sem me apoiar no trabalho de outros. E é por isso que esse assunto é relevante.

Já faz um tempo que eu mudei de ideia, e hoje penso o extremo oposto. Acredito que precisamos SIM nos apoiarmos nos trabalhos, estudos e descobertas daqueles que vieram antes de nós. E não existe demérito nenhum nisso.

Hoje eu entendo o porquê de ter chegado nessas conclusões e em outros momentos eu talvez fale sobre isso. Mas o que eu gostaria de deixar registrado aqui, é que escolhi dominar a arte de montar o cubo para provar para mim mesmo e para os outros que eu sou sim uma pessoa inteligente.

Não foi fácil! Foram semanas estudando e praticando até chegar no ponto de conseguir montar direto sem precisar consultar minha tabela de algoritmos. E ainda hoje, eu preciso pegar e praticar um pouco a cada poucos dias para não esquecer as sequências e não perder a prática. Ou seja, é um esforço consciente que eu tenho que fazer para manter esse skill.

Tendo isso eu não preciso de muito esforço para passar uma imagem de uma pessoa inteligente, basta que eu pegue um cubo, e monte, o que eu faço em cerca de um minuto, para deixar as pessoas de boca aberta e impressionadas, com a imagem de que eu sou uma pessoa inteligente.

Isso é bobo, eu sei, mas ser inteligente sempre foi a minha maior segurança. Eu era pobre, tímido, nem um pouco atraente, mas sempre me segurei na noção de que eu era inteligente, e isso manteve minha autoestima relativamente segura ao longo da minha vida.


quarta-feira, 20 de abril de 2022

Alice

Passei os últimos dois anos sendo solteiro, livre, explorando, me descobrindo, testando, aprendendo a ser eu mesmo, e foi um período maravilhoso e super importante na minha vida e na formação do homem que eu sou hoje.

Durante esse tempo eu aprendi a ser sozinho, a ser feliz sozinho, a tomar minhas decisões sozinho e a enfrentar todos os problemas sozinho, e isso fez de mim um homem mais maduro, independente e muito mais forte do que eu achava que poderia ser.

Estudei muito sobre as pessoas e sobre mim. Fazendo terapia, estudando psicanálise, filosofia, auto-ajuda, psicologia. Eu aprendi que sempre fui uma pessoa travada, cheio de medos e traumas infantis, e aos poucos fui trabalhando isso e me sentindo cada vez mais livre e mais consciente. E isso é maravilhoso!

Eu venho me declarando não-monogâmico e praticando o poliamor e as relações livres, e eu estava feliz com isso. Até que...



Eu encontrei uma pessoa com os mesmos pensamentos, traumas parecidos, medos parecidos e olhando no fundo dos seus olhos, tímidos à princípio, eu enxerguei a mesma vontade que eu mesmo escondia de todos, até de mim mesmo, de se abrir e se entregar para o amor mais uma vez.

As coisas foram fluindo com muita naturalidade, e rápido demais para acompanhar. Tudo se encaixa, e tudo mudou de uma hora para outra. Um dia estávamos falando sobre como valorizamos a liberdade e de como tínhamos o desejo de continuar saindo e conhecendo pessoas novas, criando novas relações, e no dia seguinte ela me olhou nos meus olhos e disse (muito mais corajosa do que eu): "Eu quero ficar só com você!".

Eu não precisei de nem um segundo completo para responder: "Eu também quero ficar só com você!".

E quando ela disse: "Não queria ter que ir embora."
As palavras saíram mais rápido do que eu pude processar: "Então fica!"

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Não somos desconhecidos, na verdade somos quase parentes. Alice é prima das minhas priminhas, filhas do meu primo Marcelo, que não está mais entre nós. Então nos conhecemos de vista, pelas festas, desde que ela era uma menina.

Ela tem essa beleza que me intimida, uma confiança e feminilidade que mexe demais comigo. Ela me inspira a ser um homem melhor, e isso me faz muito bem.

Conversamos abertamente sobre tudo, pois esse relacionamento é sobre curar. Sem jogos, sem segredos, sem mentiras. É sobre aprender novamente a confiar e se permitir amar e ser amado sem medo.

Estamos namorando oficialmente desde 15/04/2022.

Uma reflexão sobre relacionamentos

Os tempos mudam e as coisas estão sempre evoluindo. Quando a monogamia foi estabelecida como modelo padrão de relacionamentos no mundo ocide...