sábado, 30 de agosto de 2014

O mensageiro da morte

Como anjo encarnado, sua principal tarefa é servir como mensageiro. Cumprindo ordens sem questionar, já que ele é plenamente consciente de que aqueles que o enviaram são muito mais sábios do que ele.
Geralmente ele sequer compreende as mensagens, apenas diz o que deve ser dito e faz o que deve ser feito. E a cada missão cumprida se sente plenamente feliz e satisfeito por saber que está fazendo bem o seu "trabalho".

Tinha apenas 13 anos de sua vida humana atual quando recebeu uma "tarefa" que lhe causaria várias noites de insônia, mesmo sabendo que, de alguma forma que ele não é capaz de compreender, as coisas ocorreram conforme a vontade dos seus "superiores".

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Sopro de rosas

Era uma tarde calma de Sol. Em uma casa simples, em um bairro afastado, onde a vegetação ainda se faz presente de forma mais abundante do que o concreto. Uma jovem estava cuidando dos afazeres domesticos enquanto seu filho mais novo, com apenas 3 meses de vida, repousava em seu berço depois de ter sido carinhosamente banhado e alimentado.

O berço da criança era protegido por uma espécie de rede que o cobria para evitar que insetos pudessem alcançá-lo enquanto dormia.
A casa simples era composta por uma cozinha, que servia como sala de jantar, um banheiro, e um quarto, que fazia as vezes de sala de estar, e era nesse cômodo que o berço repousava.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O vestido de festa e o choro no shopping

No último sábado levei minha esposa e meus filhos ao shopping, pois, com a iminência do casamento da minha irmã caçula, o tempo para comprar as nossas roupas está se acabando, já que vamos ser padrinhos.
Não faz sentido algum uma festa de casamento para um casal que já vive junto, e literalmente casados há mais de 8 anos, porém, como é minha irmã, não posso simplesmente ignorar. Ser convidado para ser padrinho em um casamento realizado em uma igreja evangélica me incomoda bastante, mas, o que não fazemos pela família?

Enfim, o primeiro susto foi chegar no shopping e ver que a loja de vestidos que tínhamos em mente não existe mais. Porém, andando um pouco descobrimos uma loja nova com vestidos que atraíram a atenção da minha esposa. Excelente!
Gastamos cerca de 40 minutos provando vestidos, o que não é grande coisa para uma mulher trocando de roupas, mas, para quem está cuidando de uma criança de 8 anos cheia de energia, e uma de 1 ano e meio que querem mexer em tudo, é uma eternidade!
Um segundo de distração e meu caçula estava no alto na loja, no mezanino, olhando pra baixo e achando aquilo fantástico. Fiquei embaixo esperando que ele caísse, e pedi para meu filho mais velho subir correndo pra pegar o pequeno. Por sorte foi só um susto.
Acabamos encontrando o vestido perfeito, e de quebra compramos o salto alto e uns broches para incrementar o visual ($$).

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Pareidolia e o perigo de procurar ver as coisas onde elas não existem

De acordo com a Wikipédia "A pareidolia é um fenômeno psicológico que envolve um estímulo vago e aleatório, geralmente uma imagem ou som, sendo percebido como algo distinto e com significado.". Ou seja, temos uma capacidade natural de encontrar e perceber padrões que nos ajudam a "prever" acontecimentos e identificar possíveis ameaças.
Por exemplo, imagine um ser humano primitivo, vivendo em uma floresta. Essa capacidade de reconhecer rostos em meio à vegetação certamente proporcionou a esse humano uma vantagem gigante, dando a ele a capacidade de identificar predadores e inimigos escondidos, assim ele teve uma maior chance de sobreviver aos seus "concorrentes". Ou ainda citando o exemplo do famoso cientista Carl Sagan, bebês capazes de sorrir para os adultos ao receber um sorriso, tem uma maior chance de conquistar o afeto desses adultos recebendo assim mais cuidados, consequentemente tendo chances maiores de sobrevivência.

Algumas imagens para exemplificar essa nossa capacidade:

  












Você pode observar que, apesar de se tratarem de objetos, nossa mente nos engana trazendo uma sensação de estarmos observando rostos. Ou seja, o mesmo instinto de reconhecimento de padrões que serve para nos ajudar, também pode nos enganar.

Outro exemplo de utilidade para nossa capacidade de reconhecer padrões e que foi muito útil no início da agricultura, quando, muito antes de imaginarmos que a Terra fazia seus ciclos em torno no Sol gerando as estações, nós percebemos e identificamos padrões entre os movimentos do Sol, da Lua e das estrelas e os períodos em que as plantas germinavam, cresciam e estariam prontas para a colheita. Aliás, assim nasceram as religiões primitivas que, por reconhecer a influência dos astros sobre as colheitas, imaginaram que se tratavam de seres controlando o crescimento das plantas.
Se vemos rostos expressando emoções em objetos inanimados, é fácil entender porque nossos ancestrais atribuíam emoções e personalidades aos astros, não é?

Não é difícil encontrarmos "animais" nas nuvens, porém, ninguém vai acreditar que realmente são animais lá em cima, certo?

O perigo que a pareidolia nos oferece é a criação de padrões que nos leve a acreditar que existem coisas onde elas não existem. Por exemplo, um torcedor de futebol, depois de assistir a uma vitória do seu time preferido usando determinada camiseta, e que em outra ocasião assista seu time sendo derrotado enquanto ele usa outra camiseta, pode ter a falsa impressão de que a camiseta que ele está usando interfere diretamente no resultado do jogo. Claro que, da mesma forma que não existem animais nas nuvens, a camiseta que o torcedor está usando não tem nenhuma relação real com o resultado do jogo. Mas, esse tipo de reconhecimento, chamado de crença, acaba sendo interpretado como verdade pelas pessoas menos racionais.

Pense nisso antes de aceitar uma crença como verdade!

domingo, 17 de agosto de 2014

Funk, português errado e o grito de uma geração

Sou uma dessas pessoas que não suporta ouvir um único refrão de funk sem fazer careta. Sou dessas pessoas que olha com desprezo para essa nova geração cheia acessórios bregas. Esses óculos espelhados, aparelhos dentários enormes e coloridos e correntes gigantes, que lembram muito aquelas guias enforcadoras que usamos para passear com cachorros grandes ofendem meu bom-gosto.

Como sempre gostei muito de ler, me parte o coração ver a forma como esses jovens escrevem, cometendo erros ortográficos e gramaticais tão básicos que me fazem pensar no quê eles estão fazendo na escola.

Porém, temos que ter em mente que, não importa o quanto nos negamos a aceitar, os jovens são o futuro, e em pouco tempo serão os donos desse mundo.
São esses jovens que vão assumir as rédeas do mundo assim que os adultos de hoje se tornarem velhos. E esse conflito de gerações não é nenhuma novidade. Aliás, sempre foi assim!

Ao longo da história, as gerações mais jovens sempre foram melhores sucedidas do que seus antecessores, ou seja, existem grandes chances de que esses jovens sem senso de estética e sem nenhum bom gosto musical, construam uma civilização mais justa, moderna e bem-sucedida do que a que temos hoje.

Podemos fazer o que sempre fizemos e continuar criticando os jovens por sua preguiça e mau-gosto, ou podemos aceitar que também nós já fomos os jovens feios, com cabelos extravagantes. Nós também crescemos ouvindo músicas que faziam nossos avós taparem os ouvidos (claro que havia poesia e sentimentos mesmo no rock mais pesado), e no entanto crescemos e nos tornamos chefes de família e pais responsáveis.

Vamos criticar e nos afastar, ou vamos ignorar nosso bom-gosto e nos esforçarmos para ficar por perto, passando o máximo da nossa experiência sem parecermos chatos para que eles possam também nos entender?

A importância de buscar autoconhecimento

  Imagine que você está cavalgando por uma estrada. Você é um cavaleiro e está montando um cavalo sem cela e sem rédeas. O cavalo vai para o...